Bolas... se todos os anos forem como este!!!!
Vamos ver... o que reserva o outro lado da porta...
...boa sorte y que les vaya bien a todos ustedes!
Quando era miúdo delirava com o fogo. Acender o lume nas lareiras das casas dos meus avós era um vício, que levava ao clássico comentário do "...xixi na cama....".
Na altura gostava muito de ver os diferentes materiais a arder, de diferentes formas, a libertar odores e cores diferentes. Ainda hoje há algo de mistico em observar o fogo, para mim.
Não, não ando ou tenho tendências piromanas, so que no outro dia numa das minhas infindáveis viagens a solo, me lembrei de um detalhe, de tão inusual passatempo, como é observar o fogo.
Há diferentes tipos de materiais, e como eu disse de maneira distinta reagem ao fogo e ao calor. O caso da madeira é clássico. O pinho e o eucalipto tão massificados ardem com uma espetacularidade única. A chama é viva, muito quente logo de início e libertam-se cores e cheiros fortes. O pinho então como madeira resinosa que é, é uma mistura de cheiro e de uma facilidade de inflamação impressionante. Mas com a velocidade como se inicia assim termina, sem deixar rasto ou vestígio.
Estas são as madeiras hoje em dia que estão em voga. Crescem mais depressa que todas as outras, permitem o corte com menos tempo de vida, adaptam-se melhor ao ritmo do nosso dia a dia. E ardem da mesma forma, intensa e muito rápida.
Depois há as madeiras nobres, outras madeiras como o carvalho por exemplo, que na sua maior parte são de arvores autoctones dos diferentes países. São arvores que demoram a crescer, necessitam cuidados, muitas delas que produzem frutos. Quando se usam para o lume, ardem de uma forma completamente distinta. Custa a começar, exigem trabalho, uma pinha, uma acendalha, algum papel e alguma dose de paciência.
Resistem ao fogo assim como resistiram à passagem do tempo, mesmo depois de talhadas e recortadas para o lume.
Quando finalmente começam a arder, o efeito é menos espetacular, os cheiros são mais suaves, a chama é menos luminosa, mas a duração.... O fogo que as consome, é também ele consumido por elas, produzindo o melhor carvão... que pode ainda ser novamente utilizado. O calor dura horas e horas, acompanha as noites frias, leva os cozinhados até ao ponto, fumega ja o dia nasceu hà horas...
Estas são também as madeiras esquecidas, aquelas que poucos hoje vêm necessidade em plantar, as que não dão resultados imediatos.
Tenho muita pena. Sempre as preferi. O fogo como todos os elementos e os extremos do nosso planeta mostra-nos a verdade e a fragilidade da nossa natureza.
Tenho saudades de observar o lume....
Entao gente!
Estou quase de volta à terrinha e terminar esta grande aventura que tem sido a minha viagem pelo Cono Sur.
Estes ultimos dias passei-os em Buenos Aires, que e de longe a cidade mais interessante que visitei por estes lados. Diverti-me, descansei, passeei, comi tanto que ja nao podia mais, bebi (ooops) e principalmente acho que tive as ferias que tanto precisava, sem stress e muito bem acompanhado pelas minhas meninas do 1004 e por muita gente 5 estrelas, ah e claro pelo Meirinhos que continua a ser o maior!
Agora esta na Hora de voltar e de pôr a render tudo o que aprendi e vivi, vamos ver se tudo corre pelo melhor em Portugal.
Mas para jà, vou despedir-me de Santiago, e comecar a preparar-me para reencontrar a todos aì em Portugal (ja comeca a ser complicado dormir!)
Bjs para as meninas e abraco para os meninos!
Por estes dias tenho viajado um pouco mais a sul (1000km a sul de Santiago) pelo verde e impressionante Sul do Chile.
Comecei por Valdívia, uma das mais antigas cidades do país, na costa do Pacífico, chamada cidade dos rios. O mais impressionante neste sítio, tem contornos apocalípticos visto ter sido aqui em 1960 que se registou o epicentro do terramoto mais forte alguma vez registado pelo homem. Dos pormenores da tragédia ficou-me a imagem do maremoto com ondas de 10 metros de altura, a fazer lembrar as imagens do tsunami que aconteceu recentemente no Indico.
Em termos turisticos, nao ha muito para ver ou fazer. Foi muito engracado fazer o cruzeiro pelos rios e visitar o que resta dos antigos fortes espanhois do tempo da colonia. Como sempre acontece, tambem lá, um portugues deixou a sua marca, sendo responsavel pela construcao de um deles.
Depois de Valdivia, que no resto me aborreceu (nunca vi tantos turistas idosos na minha vida, quase tudo alemaes com 90 anos! ) ate à ponta dos cabelos, segui para Puerto Varas. Toda esta zona tem um traco de imigracao alema muito forte com construcoes muito similares. É a zona dos grandes lagos e dos vulcoes que se juntam aos Andes numa das paisagens mais interessantes que ja vi. Puerto Varas é pequeno mas agradavel. Parece-se um pouco a Pucon, so sendo diferente nas pessoas que o visitam. Pucon tem muitos jovens e é mais animado, puerto varas é visitado por gente de mais idade.
O melhor de Puerto Varas foi mesmo fazer parte do cruzeiro dos lagos. Este cruzeiro liga o Chile a Bariloche na Argentina e cruza varios lagos, com paisagens tremendas daquelas que usam para fazer os puzzles :) . Foi muito engracado e relaxante ate porque os katamarans tem excelentes condicoes. Como so fiz parte no final do dia tive de regressar pelo mesmo caminho, e para variar (ou nao) cruzei-me com uma familia portuguesa e mais uns quantos portugueses que andavam a fazer toda a viagem. O melhor foi quando descobri que a familia mora em paranhos, o pai é médico no centro de saude de S.Mamede de Infesta, e a mae tirou o curso de enfermeira na casa de saude da boavista, tal como a minha mae e quase na mesma altura. Incrivel? Nao. por aqui é mesmo assim, nao me deixam mesmo esquecer o que eu deixei em Portugal :)
Bem depois de cruzeiros, treking, cascatas, comidas típicas e um pouco de casino, segui para o objectivo principal desta parte da viagem. A ilha de Chiloé. Para chegar la pode-se ir de autocarro. O estranho da situacao é que vai-se de autocarro mas dentro de um barco (para um tipo como eu é estranho :)). Ja andei 10 vezes mais de barco estes dias que no resto da minha vida!
Nunca fui à Irlanda ou à Inglaterra, mas a ideia visual que tenho desses países é tal e qual o que tenho visto por aqui. Tudo muito verde, muita agua, muitos animais a pastar, cottages, essas coisas. Entao tudo isso, mais o clima que infelizmente piorou muito, fez-me lembrar que a ilha de Chiloé é uma especie de antipoda desses lugares, mas com um posicionamento similar so que noutro hemisferio! E o curioso é que tal como nas ilhas britanicas o imaginario daqui é povoado por lendas de bruxas, duendes, monstros marinhos...
Com o tempo como esteve nao deu para muitos passeios. Deu para perceber que ha muitas zonas ainda pouco exploradas e em que a natureza esta bastante preservada, mas tambem que como acontece muito no Chile, tambem esta zona esta esquecida pelo governo central, e onde as pessoas vivem mal e com poucas condicoes. Os palafitos, ou as casas construidas sobre a agua, com estacas de madeira, que alguns de voces me referiram por exemplo, estao numa degradacao tremenda. E ate as celebres igrejas de madeira de chiloe, patrimonio da humanidade da Unesco, estao muito mal conservadas.
Como ja tantas vezes me aconteceu por aqui, tudo o que é ressaltado como obra maior do homem, no Chile, acaba por me desiludir pela tremenda falta de respeito e cuidado, dos responsaveis chilenos hoje em dia (a fazer lembrar um certo pais que eu conheco...). Ja as paisagens e a obra da natureza, excedem sempre as minhas expectativas.
Ah é verdade, lembrei-me que hoje é 1 de Dezembro. Em 1640 uns quantos portugueses faziam com que nao fosse mais obrigatorio para nos aprender o castelhano.... Coitados, nao devem achar muita piada ao que eu ando a fazer :)
Hoje volto para Santiago, vamos la ver o que me vai trazer o mes de Dezembro, espero que seja o tao esperado encontro com todos voces para matar as saudades que ja me andam a deixar doido :)
Abraco para os meninos e claro bjs para as meninas! :P E parabens para o Miguel em Bruxelas e para Xaninha no Porto, que nao tratei muito bem nos respectivos dias de anos... :)
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